segunda-feira, 9 de maio de 2011

Conversas de salão de beleza,Do Casamento,Do Ciúmes,Vida de comercial de TV,Do Cinema,Etecéteramente,Honestidade,Gírias e Palavrões E “Por quê?” e Porque Escrevo.

Tô afim de mudar os ares deste blog, de não mais tratá-lo como diário ou ensaios poéticos precários, mais ainda assim usá-lo como um suspiro escrito na atmosfera- já que qualquer um pode encontrá-lo.


Conversas de salão de beleza


Quase sempre vou ao mesmo salão, fica perto de minha casa, a cabeleireira e sua filha manicure, trabalham bem. Sempre pensei em usar as coisas que ouço de ambas e as clientes de algum jeito. Só que antes percebi que gosto delas pelo belíssimo senso-comum e não é papinho de gente metido à cineasta. É verdade mesmo. Desta vez falavam da situação em alguma novela (que não me recordo) em que o personagem tinha vergonha de sua mãe faxineira, e engataram todas elas numa discussão, (menos eu- que queria só escutar), que novela é bom porque mostra a realidade. Elas têm sotaque, parece que do Pernambuco e isto torna tudo mais legal, a mãe dizia “ Aquilo ali é tudo verdade mesmo”. Eu; se falasse qualquer coisa, pareceria esnobe, do tipo “ Não gente, TV não é realidade e bla bla”; Olhavam para mim esperando opiniões, como se fosse minha vez numa rodada de jogos de cartas.
Sempre quando vou lá, a cabeleireira destaca minha juventude e repete que meu cabelo não precisa de hidratação e de nada (ela não sabe ser capitalista não?). Aí ela disse algo de que tirei mais proveito: “Quando tinha a sua idade, tinha muito medo de envelhecer, mas o fato é que gosto mais de mim, agora.” Desejei o mesmo. Sua filha participa: “Pois eu tenho medo é de morrer”. Tive vontade de filosofar “Como disse Epicuro ‘quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais’”. Mas discorreram sobre o assunto dizendo então que se devia “apruveitiar” a vida.
Falaram também de jovens que bebem e fumam, intercalando com conselhos para eu não fazê-lo.
Falaram do caso da modelo que foi jogada de um prédio (sei lá, to mal informada, nem to sabendo que o Osama morreu). A manicure  penso que já entediada comigo, me pergunta O que eu achava. Respondi neutra que era triste mesmo. A outra me perguntou se eu namorava, Ao responder que não, disse “ É isso mesmo, minha fia, pensa nos teus estudos, teu dinheiro que homi é só probrema.” É que o irmão dela foi lá, uns instantes antes pra contar que assinara os papéis da separação. Então ela continuou: “Se for pra separar logo ou ficar com traiança, nem entre nessa.” Eu só sorri. Mas tive vontade de dialogar sobre ter medo de casar, porque tenho horror a ser comum...


Do Casamento


...e tenho mesmo, sempre acho que quem casa cria uma redoma de normalidade em si, Pode ser a pessoa mais original, diferente, quando casa fica “comum” demais, Parece que se desvira, o que é mais atraente, seu diferencial, fica apenas um halo e o resto mais pertinente... Entende? O que é mais atraente na pessoa parece segredo e a normalidade, mais intensa. Cruzes. O pior de tudo é esse negócio de ser fiel, Penso também que desejar que o outro seja fiel é muita vaidade...

Do Ciúmes


Pensando sempre a partir de: MIM. Toda vez que pensei que meu companheiro de então, viesse a me trair, a coisa saía mais ou menos neste tom: “Só se ele for louco, melhor que eu não existe, mais bonita, mais inteligente, mais tudo :P e depois os que os outros pensariam?” Quando eu pensava na possibilidade de ser fiel, a razão era mais por economizar meus flertes por aí. De certo também que tive paixões longas e namoros curtos.
Dizendo isto, sei que não fico nada atraente e quem quer que seja, vai me querer bem longe... Mas eu nem vou me explicar, tudo que eu disser ainda pode ser usado contra mim.


Vida de comercial de TV


Ainda hoje, Conversando com minha irmã, não senso-comum (Thanks God) Detectamos que dificilmente nos sentimos realizados, Como pano de fundo, a TV tava ligada (eu uso a TV igual criança com biscoito recheado, come só o recheio e larga o resto, O recheio pra mim são os comerciais, gosto de analisá-los e acho mais divertido, quando volta a programação troco de canal) Pois bem, Falávamos que os casados por cumprirem o padrão, sentem alívio, mas sempre sentem que falta  algo (fontes seguras), que é um apartamento bom, o carro do ano, etc... E o solteiro, que provavelmente viaja bastante, curte baladas ou assiste à seriados, quer ser eventualmente como a mulher que dá batidinhas na jarra de suco Tang para o filho ir tomar e o homem que senta-se no sofá, abre o jornal com um sorriso, porque contratou um plano de previdência no banco Itaú. Antes claro, de desenhar um “i” no ar.
Isto é bastante crítico ou pode ser só papinho de solteiro também. Nem ligo.


Do Cinema


O que posso dizer de mim, É que estou focada e nem é tanto por que quero, em Cinema- mi vida, Ando desligando o tel na cara de uns marmanjos e omitindo minha atração por quem seria mais VIP, preocupada em não me distrair muito do meu cinema. Tá, papo de nerd... Estes dias, fui quase falar prum amigo que O que eu mais amava, já não tinha mais (my mom) e agora só precisava de cinema. Mas não consegui continuar, a voz embargou e tal...ok, isso soou dramático e vai ficar ainda mais porque nesta semana...


Etecéteramente


No bus, percebi que o que gosto mesmo é ser responsável pela felicidade dos outros. Na verdade pensava nisto, me questionando sobre se eu quero casar mesmo ou ter filhos. E concluí que não sei, mas admiti que seria alguém em que eu poderia ser totalmente responsável pela felicidade, não minha mas dele(s). É sério como conseguir um sorriso de alguém me realiza e não pretendo fazer comédia, mas é bom demais, mew.
Outra vez, um alguém disse que eu não quereria ter um filho mas sim um projeto filosófico em carne e osso, porque me atraio pela idéia de gerar alguém só pra perceber como um ser humano se desenvolve intelecto e etecéteramente... 


Honestidade


É com muita honestidade que contei essas coisas até agora, Porque ao escrever tento parecer despretensiosa e agradável (vixi, isso já é pretensão?!). Relutei muito tempo contra o padrão de escrita, apesar de amar as palavras, mas não gostava muito de atender à gramática, só quando o tiro saiu pela culatra, ao ler alguém que sem querer não utilizava corretamente o português, percebi que era melhor escrever obedecendo às regras já que eu queria comunicar, queria que “chegasse” ao interlocutor. Por isso gosto de sotaques, gírias e palavrões.

Gírias e Palavrões


... Porque os vejo como um protesto contra a linguagem formal, Além de ver também como muito criativo e sensitivo, é mais como personalizar a língua e também dá até pra designar épocas, né, bicho?
Fico atrás de saber como a gíria, o palavrão brotou, Será que simplesmente brota? Meus amigos e eu (claro) falamos, por exemplo: “Estorei no norte” que pra quem não tá por dentro de gírias é algo como: “arrasei”, só quando ouvi alguém com sotaque nordestino (sim, não nortista) supus que deve ter surgido pelas bandas de forró que estouram no norte ou alguém que faz e acontece por lá. Sei lá. Outra que não entendo, mas falo é “Se pá” que pode ser traduzido por “talvez”,” se der” tal...
“Se pá” – rs, vai ver que é pelo som, “pá” = um acontecimento. Realmente não sei. Há muitas outras...
Os palavrões são uma das melhores coisas que existem, eu nem uso muito, não desperdiço, mas é bom, não há nada que expresse melhor qualquer coisa que precise ser expressada com determinada emoção. Por ex, “Caralho”- Não me interessa o que vem a ser, mas o som é ótimo, tem um rasgo nas sílabas e no ato de xingar agente rasga ainda mais. “Porra”- é quase um suspiro silábico.
Não gosto é de “desgraça”, acho forte demais e o significado é visível, não gosto também de xingamentos, ou seja que não sejam palavrões, já que xingamento é frase e palavrão é palavra grande (Jura?) Os xingamentos ou “frasão” são só compostos por palavrões.
“Vai tomar no cu”, “Filho da puta” quase não é xingamento ou palavrão, é só preconceito, oras.
Quando eu digo algo, a pessoa por distração não entende e pergunta “O quê?” Respondo “CU, Entendeu agora porra caralho...” e por aí vai.
Trato os palavrões e sua turma como licença poética. Uma vez usei este pensamento como piada, mas ninguém riu, sei nem porque.

“Por quê?” e Porque Escrevo


Depois que ele disse, Ela perguntou:
“Por quê ?”
Ele respondeu com outra pergunta:
 “Isso é pergunta que se faça?”
Ué e qual é a pergunta que mais fazemos durante o dia todo? Há quatro tipos de “porquês” no português, que, aliás, é uma merda, Queria escrever tudo de um jeito só até em prova escolar, talvez da forma mais atual: “pq”. Até hoje não sei direito comé quié , sempre peço “ajuda aos universitários”, por isso assumo que não sei escrever nada mesmo, o que me atrai na escrita é fixar idéias no papel ou na atmosfera- que pode ser entendido como blogue e internet (realmente odeio a palavra ‘blogue’ e já disse mil vezes e não aceito o termo ‘blogosfera’) e nem demonstrar vasto conhecimento de literatura, variados assuntos ou língua portuguesa. É muito mais para experimentar todas essas maluquices flutuantes da minha cabeça agrupadas e significadas nestes desenhos chamados letras que formam as tais de Palavras.