Faço a mesma cara quando penso no progresso da humanidade e quando examino a quantidade de pontas duplas dos meus cabelos.
Posso usar uma palavra sofisticada e uma gíria bem medíocre na mesma frase.
Posso debater sobre a verdade do universo, mas ignoro decifrar as horas num relógio de ponteiro.
Zombo da cara do Freddy Krueger, Jason e Cia, mas choro só de pensar em ver um pirata.
Leio muitos livros e geralmente devoro seu conteúdo, mas odeio quando os capítulos são enumerados em algarismos romanos, é que sei só até o V.
Sorrio falando coisa séria e o inverso também acontece.
Tenho demasiadas intuições acertadas e as como e bebo no café da manhã.
Não falo coisa com coisa já que as idéias me atropelam a língua.
Como minha mãe dizia “Essa menina quando ‘enfurna’ com uma coisa é só essa coisa e nada mais”.
Dialogo com palavras e elas me fazem rir, se são feias ou diferentes... “Fronha”, fronha, isso é palavra de se usar?
Gosto de ser assim, não dual, porque é muito pouco, não múltipla, porque não há tanto espaço, Mas qualquer coisa que não seja ser comum- meu pior dos medos. Escuto, mais que falo e se falo é mais do que devia, porém gosto da elegância de minhas observações e o que posso fazer com elas depois. Já disse que tenho mundos particulares, particular ares, feito de partículas deste projeto eu.